SANTA SARA NOS ABENÇÔE!

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ciganos verdadeiros X ciganos estereotipados





© Rui Dias Monteiro/A.23





“Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. É usado principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na sociedade. Sua aceitação é ampla e culturalmente difundida no ocidente, sendo um grande motivador de preconceito e discriminação. Sendo um conceito infundado sobre um determinado grupo social, atribui a todos os seres desse grupo uma característica, freqüentemente depreciativa; modelo irrefletido, imagem preconcebida e sem fundamento; Os estereótipos sociais influenciam condutas e comportamentos em interações sociais quando os interatores são enquadrados por essa crença. Do ponto de vista da psicologia, estereótipos podem ser investigados sob aspectos diferentes que vão desde a sua formação até manifestação coletiva.
Um mito (do grego antigo"mithós") é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semideuses e heróis.
Ao mito está associado o ritual (de adoração).
O termo "mito" é, por vezes, utilizado de forma pejorativa (depreciativa) para se referir às crenças comuns, consideradas sem fundamento objetivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente maravilhoso de diversas comunidades.” (Texto extraído da Internet).
Por desconhecerem a realidade sobre a etnia Romani as pessoas vêem os ciganos através de um véu de misticismo, de sonho, de inverdades. Cultuam a figura mítica e não a figura existencial.
Fazem da ciganidade um culto, uma idolatria, uma religião, um estereótipo.
Para a maioria dos gadjês, ciganos vestem-se sempre de roupas coloridas e de luxuosos tecidos,vivem em festas onde cantam,dançam,comem e bebem... São magos e poderosos feiticeiros, conhecendo todos os segredos da magia e do Destino.   Sem ocupações outras do que aquelas que ocupam o imaginário social. Além de andarmos invisíveis por aí, diariamente, só aparecemos à noite nas festas ou nos cultos religiosos; quando muito, se dignam a nos vislumbrar nas ruas ou praças das cidades como leitores da sorte nas mãos (Embora isto nos orgulhe, somos muito mais...). E o pior é que alguns ainda nos vêm como trapaceiros, espertalhões de prontidão, preguiçosos, vagabundos, sempre em busca de uma boa ocasião para obter lucros sem fazer nenhum esforço! Marginalizaram-nos ao longo da história, nos perseguiram e quase nos extinguiram, em nome de mentiras criadas pelos que sempre estiveram no topo das sociedades e das religiões, dos impérios ou das repúblicas...  Negaram-nos tudo, até mesmo o direito de usar nosso próprio idioma, nossa própria cultura, sob ameaças cruéis.
E ainda hoje é assim, embora um pouco melhor em alguns países.
Não sabem, ou esquecem que somos uma raça como qualquer outra que vive neste vasto planeta. Que somos gente comum. Que somos feitos da mesma carne perecível, possuidores dos mesmos sentimentos, das mesmas fragilidades ou fortalezas, dos mesmos desejos, das mesmas emoções compartilhadas com todos os seres humanos. Temos uma alma. Somos pessoas e não mitos!
Somos dignos, honestos e trabalhadores, inteligentes e versáteis, embora a sociedade gadjê teime em ignorar nossas capacidades e valores reais e humanos. Porque é mais fácil ignorar os mitos.
Tanto isto é verdade que, conhecendo melhor os ciganos reais espalhados pelo mundo em todas as épocas, nos deparamos com um grande número de sábios, cientistas, músicos, atores, dramaturgos, escritores, poetas, artistas, políticos e hábeis estadistas de origem romani.  Na verdade, também vivemos (anonimamente) em barracas, cruzando estradas em busca do sustento de nossas famílias; somos artesãos hábeis em todos os metais, mecânicos, comerciantes, quiromantes, também. Somos sim, inteligentes, sagazes, com muita capacidade de driblar os obstáculos, resolver difíceis problemas da vida, talvez isto seja resultado de todo o sofrimento e perseguições que sofremos no passado e que ainda sofremos, nos dias que correm. A nossa alma saiu fortalecida pelas barreiras que transpomos no caminho... Quanto mais nos dificultam as coisas mais fortes ficamos!


(TRECHO DE UM ARTIGO DE MINHA AUTORIA;REVISTA JANELLÁ.


© Rui Dias Monteiro/A.23

© Rui Dias Monteiro/A.23

FOTOS DO GOOGLE.

Um comentário:

zerafim - contos de um anjo disse...

Certas verdades como esta precisam sempre ser ditas.

devlesa