SANTA SARA NOS ABENÇÔE!

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

BANDEIRA CIGANA...EM MÁLAGA...





23.11.2011 - MÁLAGA
A BANDEIRA CIGANA FOI IÇADA NA CIDADE ESPANHOLA DE VELEZ, MÁLAGA POR MOTIVO DO DIA DOS CIGANOS ANDALUZES.                                                               
O prefeito de Vélez, Málaga, Francisco Delgado Bonilla, e a Conselheira de Serviços Sociais, Inmaculada Matamoros,levantaram a bandeira cigana na sede do município  velenho num ato que celebrou o Dia dos Gitanos Andaluzes.
O edil velenho  destacou que os costumes e as tradições do povo gitano estão unidos à cultura andaluz e assinalou a importância dos ciganos estarem completamente integrados na sociedade velenha. “Preocupamo-nos por sua formação e por sua integração real e efetiva. Ao içarmos esta bandeira queremos  demonstrar nosso compromisso com este povo e a única coisa que queremos é que também eles de sua parte,se comprometam a transformar todas estas iniciativas que desenvolvemos num grande modelo  de convivência”.O prefeito demonstrou  que tem reafirmado sua intenção de buscar una solução para os ciganos  catadores de lixo(chabolistas) da zona Del Vía, em Torre del Mar, “para tal encontrarão um Governo dialogante e tolerante, disposto a por fim a esta situação, para o que necessitamos também da aposta confiante e decidida  da Junta de Andaluzia.”

(Ayto. Vélez-Málaga)

EXTRAIDO:UNIÓN ROMANI.

domingo, 20 de novembro de 2011

ISTO É BRASIL?CADÊ OS DIREITOS HUMANOS?


CachoeiroCiganos são denunciados e Polícia Militar faz buscas em acampamento


18/11/2011 11:25 -- 29494 -- Muqui > Regional 
Por: Redação

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Vários ciganos foram surpreendidos por uma equipe de quase 20 policiais militares e um oficial de justiça na manhã desta sexta-feira (18) na cidade de Muqui. Eles atenderam uma determinação judicial a mando do juiz da comarca da cidade, Evandro Coelho de Lima. De acordo com o SGT da PM, Marcio Batista, que coordenou a operação, eles foram ao acampamento de ciganos, após a justiça acatar várias denúncias feitas ao Ministério Público de que no local havia armas, munições, drogas e vários veículos irregulares.
A operação teve início por volta das 06h, e todos os ciganos foram colocados em uma quadra poliesportiva para que o local fosse revistado. A operação envolveu policiais militares do município e de Cachoeiro de Itapemirim.
Apesar das denúncias, depois de três horas de operação nenhuma arma, drogas e munições foram encontradas, mas foi constatado um grande número de fios soltos em um poste, o que deixou claro que estava havendo furtos de energia elétrica. Foram aprendidos no local, uma moto Biz, um fusca e vários equipamentos eletrônicos. O líder do acampamento, Miguel Oliveira Sobrinho Mendes, de 65 anos, foi detido e encaminhado para a DPM de Muqui para prestar esclarecimentos dos fatos.
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

POESIA ...



Liberdade...(1)


(2)

ALMA CIGANA 


AH! MINHA ALMA ESTÁ CATIVA, PRISIONEIRA,
NUM CORPO QUE É GAIOLA...
QUE ME OPRIME, E ME CIRCUNDA...

ONDE, INUTILMENTE, CANTO E ME DEBATO,
NESTA ANGÚSTIA DE PÁSSARO FERIDO
A SONHAR COM CÉUS AZUIS
E A LIBERDADE!...

MINHA ALMA SONHA TANTO! E COMO CHORA!
A LEMBRAR MEU POVO, MEUS IRMÃOS, MEU MUNDO!
NUMA SAUDADE FORTE E ENTERNECIDA.

QUE NOSTÁLGICAS NOITES, SÃO AS MINHAS!
A OLHAR A LUA E SENTIR NO VENTO
MIL PERFUMES, MIL CHEIROS RELEMBRADOS.
A OUVIR VOZES E CANÇÕES, EM LINGUAGEM ESQUECIDA
QUE SOA AOS MEUS OUVIDOS DESLUMBRADOS!

AH!MEU POVO... QUE ALEGRIA E ORGULHO
MINHA ALMA INVADE,
QUANDO DIGO: CIGANA EU SOU!

E NAS VEIAS, EU SINTO O SANGUE QUE ME NUTRE
CORRER MAIS FORTE, E A TRANSBORDAR, DO PEITO,
O CORAÇÃO GITANO...

MINHA VOZ KALON SE UNE À NATUREZA
E CANTA, ENTÃO, TODA A BELEZA
QUE É VIVER, ASSIM, COMO CIGANA:
MESMO CHORANDO, EU RIO!
E, COMO PÁSSARO CATIVO NA GAIOLA
SIGO CANTANDO
PELA VIDA AFORA,
A SONHAR A MAGIA DE OUTRAS ERAS!...

Cezarina Macedo/2008.

(3)
(4)
Imagens do Google:Pinturas chinesas(2,3,4)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

NOMADISMO E LIBERDADE...










“Qualquer lugar aonde os ciganos chegam, sentem que ali é seu mundo, sua terra, sua pátria, até que se vão para outro lugar. Temos sempre presente o horizonte. O que nos impulsiona a andar é algo que brota do íntimo, do interior. É incontrolável.” (Juan González) Extraído do livro de Cristina Costa Pereira, OS CIGANOS AINDA ESTÃO NA ESTRADA-Editora Rocco/2009.

O nomadismo existe desde os primórdios da civilização, quando os homens caminhavam pela Terra em busca de locais onde havia melhores condições de sobrevivência. Este modo de vida perdurou por muitos milênios e o sedentarismo (fixação em um local definitivo) surgiu quando o homem tornou-se agricultor, apossando-se de terras e aprendendo a domesticar os animais.
A sedentarização trouxe com ela a linguagem escrita e a numeração, a manufatura de utensílios, ferramentas e a tecelagem. Entretanto, trouxe também o apego às coisas, a cobiça, as lutas pela posse da terra e dos bens, a guerra em defesa da propriedade. Instituiu a hegemonia do poder e do dinheiro.
Nas sociedades sedentárias irrompeu, desde o início, o receio, o medo do estrangeiro, a desconfiança em relação aos desconhecidos, a reclusão e o fechamento dentro de fortes muralhas de proteção. Criou-se o casamento para que se assegurasse a herança das propriedades dentro da parentagem consangüínea.
O nomadismo trouxe à humanidade a lição do desapego, da impermanência das coisas, da união dos indivíduos em prol da sobrevivência da tribo, da liberdade dos espaços abertos, do convívio respeitoso com a natureza e a percepção e observância de seus ciclos.Deu aos homens o gosto e o sentido de liberdade ao se locomover livremente pelo mundo, desconhecendo fronteiras e orientando suas rotas e destinos pela luz das estrelas e pela direção dos ventos.
Povo nômade, os ciganos, em especial, cruzaram a terra, disseminando sua cultura e agregando-lhe, em seu percurso, um pouco de todas as outras culturas.
As vivências das estradas, de novos caminhos a percorrer, de paisagens insólitas fizeram desabrochar fortemente, no povo cigano, a criatividade e a inteligência diante do imprevisto e das dificuldades a serem vencidas. As perseguições e o isolamento nos fizeram mais unidos e fortes diante dos obstáculos e dos perigos.
O silêncio dos campos e a escuridão das noites estreladas nos inspiraram a música, a poesia, os paraminches(contos) e, os dons divinatórios que nos aproximaram mais ainda de Deus e dos nossos antepassados, reforçando nossa fé.
Atualmente, o modo de vida nômade tornou-se apenas uma opção para poucos, devido aos benefícios advindos do sedentarismo e, às dificuldades que os ciganos encontram em se locomover livremente e acampar em lugares adequados nas cidades modernas. Muitas vezes também  , por não conseguirem obter documentos de identidade por não possuírem endereço fixo.
No entanto, o nomadismo,a liberdade de ir e vir, está dentro de nós, sedentários ou não... Faz parte de nossa essência. É aquela nostalgia de outras paisagens, que nos assoma a alma em certos momentos, é o desejo inquieto de novos horizontes, de espaços amplos onde possamos exercer a nossa liberdade de idéias e atitudes. É o anseio que faz nosso coração bater mais forte, nosso olhar se estender mais longe, nossos pés criarem asas, nossa emoção transformar-se em pura música. 
Nomadismo, descoberta e transmissão,portanto,se constituem na trama entrelaçada da condição humana ao longo dos tempos. Só descobre quem tem a coragem de mudar, de transpor fronteiras, de arriscar-se. Descobrir é, portanto mudar; é ir em direção ao novo com humildade, sem preconceito, sem medo, e poder transmitir ao outro o que foi aprendido, para que sobrevenham mudanças.
Que os ciganos, mesmo tendo se tornado sedentários cultivem as tradições de nosso povo; que mesmo tendo que levar uma vida “gadjê” pelas imposições da sociedade onde estamos inseridos, usufruam dos bens de consumo sem apegar-se a eles, adaptem-se aos hábitos modernos, mas  mantenham sempre acesa em sua alma, a chama da sua ciganidade, porque...

“Ser cigano é contemplar a vastidão do céu e sentir-se parte dele; olhar o horizonte da terra e sentir-se caminhando com ela em direção ao infinito.” (Antônio Guerreiro de Faria).

(EXTRAÍDO DE MEU ARTIGO,NA REVISTA ELETRÔNICA "JANELLÁ".)