SANTA SARA NOS ABENÇÔE!

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Poema cigano e vídeo em memória à vítimas do Porrajmos neste dia 27/jan/2012...



Horizontes Ciganos.


O sol arranca chispas,faíscas
de cobre à beira das estradas...
O hoje vale mais que tudo!
A alegria e o pão.
A alegria e os abraços:a união.
Nas mãos os gestos e os compassos.
Nos corpos, a dança e o ritmo.
Embrulhada nos panos coloridos, a dor
de ontem e de amanhã.
Escondido no sorriso de esperança,
o sofrimento de todas as injúrias.
Nas lágrimas que alagam os olhos
a lembrança amarga do Porrajmos...
Na boca o gosto de sangue.
No peito a coragem que não se entrega;
No coração ardente,o Amor.
Nas linhas que sulcam as mãos
a visão de destinos.
A terra desdobrando-se em promessas.
Os caminhos do mundo gritando:
Caminhar!É preciso!
Música  e lágrimas,compasso e fogo...
Derramando-se em cristalinos acordes
Pandeiros,canções,violinos.
O rosto pálido da Lua brilhando, no escuro.
Mil estrelas faíscam surpreendidas, 
enquanto as estradas,estendidas,
como longos tapetes, 
apenas esperam os passos. 
Ciganos!
Caminhar!É preciso!


CEZARINA MACEDO- Janeiro/2012.











domingo, 22 de janeiro de 2012

AINDA AS MEMÓRIAS DO HOLOCAUSTO CIGANO....

Saia Cigana 

 Saia Cigana
Esta saia de algodão e tafetá é da década de 1920. Pertenceu a uma cigana nascida em Frankfurt, Alemanha, que viveu na Alemanha antes da Guerra. Ela foi presa pelos nazistas e confinada nos campos de Auschwitz, Ravensbrueck, Mauthausen e Bergen-Belsen, onde veio a morrer em março de 1945, pouco antes da libertação daquele campo. Seu marido e dois de seus seis filhos também foram assassinados nos campo nazistas.
— US Holocaust Memorial Museum - Collections










AS MULHERES NO HOLOCAUSTO:SOFRIMENTO E MORTE!




O regime nazista freqüentemente submetia as mulheres, judias e não judias, a brutais perseguições que, na maioria das vezes, estavam estritamente relacionadas ao sexo das vítimas. A ideologia nazista também canalizou seu ódio em mulheres ciganas, soviéticas, polonesas, e portadoras de deficiências que viviam institucionalizadas.Alguns campos eram destinados apenas a mulheres, e outros tinham dentro das suas instalações áreas especialmente designadas para as prisioneiras. Em maio de 1939, as SS inauguraram Ravensbrück, o maior campo de concentração nazista para aprisionamento de mulheres. Até a libertação deste campo pelas tropas soviéticas, em 1945, estima-se que mais de 100.000 mulheres haviam sido lá encarceradas. Os alemães e seus colaboradores não poupavam nem as mulheres nem as crianças quando conduziam suas operações de assassinato em massa. 
Durante as deportações, as mulheres grávidas e as mães com crianças de colo eram sistematicamente classificadas como "incapacitadas para o trabalho", sendo prontamente enviadas para os centros-de-extermínio, onde os oficiais geralmente as incluíam nas primeiras fileiras de prisioneiros a serem enviados para as câmaras de gás.
Nos guetos e campos de concentração as autoridades alemãs colocavam as mulheres para trabalhar sob tais condições que não raro elas morriam enquanto executavam suas tarefas. As judias e ciganas eram sadicamente usadas pelos “médicos” e pesquisadores alemães como cobaias em experimentos de esterilização, e outras “pesquisas” cruéis e antiéticas. Nos campos e nos guetos as mulheres eram particularmente vulneráveis a espancamentos e estupros.
  As judias (e ciganas) grávidas tentavam esconder a gravidez para não serem forçadas a abortar. As mulheres deportadas da Polônia e da União Soviética para fazerem trabalhos forçados eram sistematicamente espancadas, estupradas, ou forçadas a manter relações sexuais com alemães em troca de comida e outras necessidades básicas. 
Muitos grupos informais de "assistência mútua" foram criados dentro dos campos de concentração pelas próprias prisioneiras, as quais garantiam sua sobrevivência compartilhando informações, comida e roupas. Em geral, os membros destes grupos vinham da mesma cidade ou província, tinham o mesmo nível educacional, ou possuíam laços de família entre si. Outras sobreviveram porque as autoridades das SS as colocavam para trabalhar no conserto de roupas, na cozinha, lavanderia e na faxina."
 "As mulheres eram forçadas a irem para bordéis e voltavam muito doente para os campos”, revela a professora e pesquisadora brasileira da vida das mulheres no holocausto, ROCHELLE SAIDEL. De acordo com ela, as mulheres de Ravensbrück escreviam muitas receitas e conversavam sobre cozinha. Chegaram a escrever até mesmo livros. Tudo com a intenção de lembrar, com a comida, das famílias que perderam durante o Holocausto."

NÃO PODEMOS JAMAIS ESQUECER ESTES TERRÍVEIS ACONTECIMENTOS! É PRECISO RECORDAR PARA QUE NUNCA MAIS VENHAM A ACONTECER ESSES CRIMINOSOS ATOS DE PERSEGUIÇÃO,VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL CONTRA AS MULHERES,E  EXTERMÍNIO RACIAL! 
  
SUPREMACIA RACIAL NÃO EXISTE! SOMOS TODOS IGUAIS! SOMOS TODOS HUMANOS, PARTILHANDO O MESMO PEQUENO PLANETA AZUL, UM DOS MILHÕES DE MUNDOS QUE EXISTEM NESTE IMENSO UNIVERSO!






segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

LEMBRAMOS EM JANEIRO O HOLOCAUSTO CIGANO!


Cinzas do Holocausto
Oriza Martins
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me, Vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!”
(
Castro Alves - Navio Negreiro)
Banalidade do mal,
Um retrocesso, imoral,
Pensou a Poeta, um dia…
E veio à tona o temor
De, ante tanto desamor,
Não haver mais poesia.
Como pensar poesia
(Que a luz humana irradia),
Diante de tal horror?
Tormento que assola a gente,
Que torna o ser impotente,
Perplexo, puro estupor?
Como entender tanta injúria,
Tanta atividade espúria,
Maldosa, feroz, insana?…
A revelação mais dura
Da face mais obscura
Da natureza humana…
Quantas ilusões perdidas,
Infâncias interrompidas,
Esperanças decepadas…
Quantas lúbricas medidas
Transformando sobrevidas
Em almas atormentadas…
Infelizmente herdamos
Todos nós, que aqui estamos,
Esse espólio de maldade.
Como vítimas de um Fausto
Sobre as cinzas do Holocausto,
Caminha a Humanidade.
Mas podemos, conscientes,
Eliminar as sementes
Que a intolerância traz.
Acabar com toda guerra,
E reinventar a Terra,
Dar-lhe um futuro de paz…
Semear fraternidade,
Colher só felicidade
E combater toda dor…
Abrir coração e mente,
Batalhando, simplesmente,
Nas trincheiras do amor…
Defender a liberdade
Não deve ser, em verdade,
Mera preocupação.
Combater a injustiça
Tem de ser uma premissa,
Verdadeira obsessão.
O inferno do Holocausto,
Algoz, fruto da infâmia,
Não pode ser repetido!
E justamente por isso
Não pode – e não deve – ser
Nunca, jamais, esquecido!

fev/2007






Porrhajmos...carne dilacerada





 Nenhuma experiência passada pode ser comparada, em horror e desumanidade, àquela que o povo cigano  viveu na Europa, durante os tempos sombrios do Nazismo, como se lê no texto abaixo, de Myriam Novitch, diretora do Museu dos Combatentes dos Guetos, fundado por um grupo de sobreviventes do Gueto de Varsóvia: 







"Em novembro de 1941 lançou-se o slogan: Depois dos judeus, os ciganos!
A 24 de dezembro de 1941, o governador civil Lohse envia uma ordem reservada a todas as SS, afirmando que os ciganos são duplamente perigosos, tanto pelas doenças de que são portadores como pela sua deficiência, prejudicando assim a causa nazista. Ao termo do comunicado, a decisão: Decidi portanto que sejam tratados como os judeus (Carta de 7 de julho de 1942, no arquivo Yivo).
Em outubro de 1941, chegaram a Lodz cinco mil ciganos, entre os quais mais de 2.600 crianças. Foram todos internados por grupos de famílias. Os testemunhos nos dizem que as janelas das barracas estavam quebradas, enquanto o inverno era extremamente duro. No campo não havia medidas higiênicas nem assistência médica. Duas semanas depois da chegada dos nômades, irrompeu uma epidemia de tifo, e em dois meses morreram mais de 6oo adultos e crianças. Os sobreviventes entre março e abril de 1942, foram deportados para Chelmo, e ali assassinados nas câmaras de gás.
Desde então até 1946 se multiplicam os testemunhos: massacres coletivos, mortes individuais, tortura de todo o tipo, experimentos químicos e médicos dos mais cruéis. E todas essas crueldades ocorriam nos diversos campos de concentração. Eis os nomes de alguns desses campos: Auschwitz, Birkenau, Mauthausen, Rabensbruch, Buchenwald, Chelmo, Lodz, Dachau, Lackenbach, Sachsenhausen.
Ao campo de Auschwitz chegavam ciganos de toda a parte. Homens, mulheres e crianças, sendo que estas últimas vinham da Boêmia, dos Carpatos, da Croácia, do Nordeste da França, da Polônia meridional e da Rutênia. Bárbara Richter, menina cigana, assim depõe: Até os prisioneiros mais afeitos a esses horrores sentiram enorme tristeza quando perceberam que os SS iam tirar um por um os pequenos judeus e ciganos, reunindo-os em um só rebanho. Os meninos choravam e gritavam, tentavam freneticamente voltar para os braços dos pais ou dos protetores que tinham encontrado entre os prisioneiros, mas envolvidos por um círculo de fuzis e metralhadoras, foram levados para fora do campo e enviado para Auschwitz, onde morreriam nas câmaras de gás.
No campo de concentração nem todos eram enviados à câmara de gás, muitos iam para os trabalhos forçados. No campo estas eram as condições:No setor cigano erguiam-se grandes cabanas com uma abertura à frente e outra atrás. Serviam como portas. Nos compartimentos internos achavam lugar a uma única mesa grande cinco ou seis pessoas. As condições higiênicas eram desastrosas quase não havia instalações sanitárias... Parecia um estábulo para cavalos, sem janelas... Os prisioneiros se moviam em meio a seus próprios dejetos até os calcanhares.
Respondendo a uma observação, por insuficiência de calorias, um oficial comentou: Mas no fundo são apenas ciganos!  Quem mais sofria eram as crianças... Como depôs alguém: As crianças eram pele e ossos. A pele, em conseqüência, se enchia de feridas infecciosas. Por causa da falta d'água, as crianças chegaram a beber água servida; nas poucas vezes em que os cobertores eram lavados, vinham de volta para a enfermaria ainda molhados. Elas sofriam de estomatite cancrenosa... parecia lepra...seus corpinhos iam se desfazendo, bocas espantosas se abriam nas faces, e lá dentro se podia observar a lenta putrefação da carne viva.
Só no campo de Aushwitz, os ciganos regularmente matriculados foram 20.933, incluindo 360 crianças nascidas no campo de concentração, e que viveram o bastante para receberem número de matrícula. A estes se devem somar mais de 1.700 ciganos mandados para a câmara de gás, assim que chegaram da Polônia em março de 1943, e que nem tinham recebido ainda o número de matrícula. Durante uma simulação de ataque aéreo noturno, foram todos mandados à câmara de gás, por suspeita de serem portadores de tifo."




IMAGENS DO GOOGLE.