SANTA SARA NOS ABENÇÔE!

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domingo, 25 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

PELAS ESTRADAS DO MUNDO...







NOMADISMO E LIBERDADE.

“Qualquer lugar aonde os ciganos chegam, sentem que ali é seu mundo, sua terra, sua pátria, até que se vão para outro lugar. Temos sempre presente o horizonte. O que nos impulsiona a andar é algo que brota do íntimo, do interior. É incontrolável.” (Juan González) Extraído do livro de Cristina Costa Pereira, OS CIGANOS AINDA ESTÃO NA ESTRADA-Editora Rocco/2009.
O nomadismo existe desde os primórdios da civilização, quando os homens caminhavam pela Terra em busca de locais onde havia melhores condições de sobrevivência. Este modo de vida perdurou por muitos milênios e o sedentarismo (fixação em um local definitivo) surgiu quando o homem tornou-se agricultor, apossando-se de terras e aprendendo a domesticar os animais.
A sedentarização trouxe com ela a linguagem escrita e a numeração, a manufatura de utensílios, ferramentas e a tecelagem. Entretanto, trouxe também o apego às coisas, a cobiça, as lutas pela posse da terra e dos bens, a guerra em defesa da propriedade. Instituiu a hegemonia do poder e do dinheiro.
Nas sociedades sedentárias irrompeu, desde o início, o receio, o medo do estrangeiro, a desconfiança em relação aos desconhecidos, a reclusão e o fechamento dentro de fortes muralhas de proteção. Criou-se o casamento para que se assegurasse a herança das propriedades dentro da parentagem consangüínea
O nomadismo trouxe à humanidade a lição do desapego, da impermanência das coisas, da união dos indivíduos em prol da sobrevivência da tribo, da liberdade dos espaços abertos, do convívio respeitoso com a natureza e a percepção e observância de seus ciclos. O sentido de liberdade ao se locomover livremente pelo mundo, desconhecendo fronteiras e orientando suas rotas e destinos pela luz das estrelas e pela direção dos ventos.
Povo nômade, os ciganos, em especial, cruzaram a terra, disseminando sua cultura e agregando-lhe, em seu percurso, um pouco de todas as outras culturas.
As vivências das estradas, de novos caminhos a percorrer, de paisagens insólitas fizeram desabrochar fortemente, no povo cigano, a criatividade e a inteligência diante do imprevisto e das dificuldades a serem vencidas. As perseguições e o isolamento nos fizeram mais unidos e fortes diante dos obstáculos e dos perigos.
O silêncio dos campos e a escuridão  das noites estreladas nos inspiraram a música, a poesia, os paraminches e os dons divinatórios que nos aproximaram mais ainda de Deus e dos nossos antepassados, reforçando nossa fé.
Atualmente, o nomadismo tornou-se uma opção para alguns , devido aos benefícios advindos do sedentarismo e, às dificuldades que os ciganos encontram em se locomover livremente e acampar em lugares adequados nas cidades modernas. Muitas vezes também, por não conseguirem obter documentos de identidade por não possuírem endereço fixo e serem ciganos.
No entanto, o nomadismo está dentro de nós, sedentários ou não... Faz parte de nossa essência. É aquela nostalgia de outras paisagens, que nos assoma a alma em certos momentos, é o desejo inquieto de novos horizontes, de espaços amplos onde possamos exercer a nossa liberdade de idéias e atitudes. É o anseio que faz nosso coração bater mais forte, nosso olhar se estender mais longe, nossos pés criarem asas, nossa emoção transformar-se em pura música. 
Nomadismo, descoberta e transmissão constituem a trama entrelaçada da condição humana ao logo dos tempos. Só descobre quem tem a coragem de mudar, de  transpor fronteiras, de arriscar-se. Descobrir é, portanto mudar; é ir em direção do outro com amor e humildade, sem preconceito, sem medo, e poder transmitir o que foi aprendido para que sobrevenham mudanças.
"Yehudi Menuhin,virtuoso violinista, disse, certa vez, que a Europa será a Europa quando um cigano puder nela viver onde bem entender. Isso é mais verdadeiro do que nunca, e não apenas na Europa.
É preciso preparar um futuro no qual o tempo não será mais unidimensional; no qual todos os seres humanos, nômades potenciais, deverão compartilhar um universo multiforme, podendo exercer sua cidadania em diversos momentos em diferentes lugares e ter regalias múltiplas; um futuro no qual o fato de pertencer a uma comunidade não se chocará com o dever em relação a outra e não a ameaçará em nada; antes será fonte de riqueza e de desenvolvimento, em que a duração se fará no movimento e não no enraizamento.” (Jacques Attali-NOMADISMO E LIBERDADE).


(Trecho de meu artigo na revista Janellá)


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ciganos verdadeiros X ciganos estereotipados





© Rui Dias Monteiro/A.23





“Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. É usado principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na sociedade. Sua aceitação é ampla e culturalmente difundida no ocidente, sendo um grande motivador de preconceito e discriminação. Sendo um conceito infundado sobre um determinado grupo social, atribui a todos os seres desse grupo uma característica, freqüentemente depreciativa; modelo irrefletido, imagem preconcebida e sem fundamento; Os estereótipos sociais influenciam condutas e comportamentos em interações sociais quando os interatores são enquadrados por essa crença. Do ponto de vista da psicologia, estereótipos podem ser investigados sob aspectos diferentes que vão desde a sua formação até manifestação coletiva.
Um mito (do grego antigo"mithós") é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semideuses e heróis.
Ao mito está associado o ritual (de adoração).
O termo "mito" é, por vezes, utilizado de forma pejorativa (depreciativa) para se referir às crenças comuns, consideradas sem fundamento objetivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente maravilhoso de diversas comunidades.” (Texto extraído da Internet).
Por desconhecerem a realidade sobre a etnia Romani as pessoas vêem os ciganos através de um véu de misticismo, de sonho, de inverdades. Cultuam a figura mítica e não a figura existencial.
Fazem da ciganidade um culto, uma idolatria, uma religião, um estereótipo.
Para a maioria dos gadjês, ciganos vestem-se sempre de roupas coloridas e de luxuosos tecidos,vivem em festas onde cantam,dançam,comem e bebem... São magos e poderosos feiticeiros, conhecendo todos os segredos da magia e do Destino.   Sem ocupações outras do que aquelas que ocupam o imaginário social. Além de andarmos invisíveis por aí, diariamente, só aparecemos à noite nas festas ou nos cultos religiosos; quando muito, se dignam a nos vislumbrar nas ruas ou praças das cidades como leitores da sorte nas mãos (Embora isto nos orgulhe, somos muito mais...). E o pior é que alguns ainda nos vêm como trapaceiros, espertalhões de prontidão, preguiçosos, vagabundos, sempre em busca de uma boa ocasião para obter lucros sem fazer nenhum esforço! Marginalizaram-nos ao longo da história, nos perseguiram e quase nos extinguiram, em nome de mentiras criadas pelos que sempre estiveram no topo das sociedades e das religiões, dos impérios ou das repúblicas...  Negaram-nos tudo, até mesmo o direito de usar nosso próprio idioma, nossa própria cultura, sob ameaças cruéis.
E ainda hoje é assim, embora um pouco melhor em alguns países.
Não sabem, ou esquecem que somos uma raça como qualquer outra que vive neste vasto planeta. Que somos gente comum. Que somos feitos da mesma carne perecível, possuidores dos mesmos sentimentos, das mesmas fragilidades ou fortalezas, dos mesmos desejos, das mesmas emoções compartilhadas com todos os seres humanos. Temos uma alma. Somos pessoas e não mitos!
Somos dignos, honestos e trabalhadores, inteligentes e versáteis, embora a sociedade gadjê teime em ignorar nossas capacidades e valores reais e humanos. Porque é mais fácil ignorar os mitos.
Tanto isto é verdade que, conhecendo melhor os ciganos reais espalhados pelo mundo em todas as épocas, nos deparamos com um grande número de sábios, cientistas, músicos, atores, dramaturgos, escritores, poetas, artistas, políticos e hábeis estadistas de origem romani.  Na verdade, também vivemos (anonimamente) em barracas, cruzando estradas em busca do sustento de nossas famílias; somos artesãos hábeis em todos os metais, mecânicos, comerciantes, quiromantes, também. Somos sim, inteligentes, sagazes, com muita capacidade de driblar os obstáculos, resolver difíceis problemas da vida, talvez isto seja resultado de todo o sofrimento e perseguições que sofremos no passado e que ainda sofremos, nos dias que correm. A nossa alma saiu fortalecida pelas barreiras que transpomos no caminho... Quanto mais nos dificultam as coisas mais fortes ficamos!


(TRECHO DE UM ARTIGO DE MINHA AUTORIA;REVISTA JANELLÁ.


© Rui Dias Monteiro/A.23

© Rui Dias Monteiro/A.23

FOTOS DO GOOGLE.

Lei cigana e leis penais colidem - RTP Noticias, Vídeo

Lei cigana e leis penais colidem - RTP Noticias, Vídeo

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

LEITURA DO MANIFESTO DO FORUM DE MULHERES GITANAS DO INSTITUTO DE CULTURA GITANA...



ESTE MANIFESTO,EMBORA TENHA OCORRIDO EM 8/2/2008
AINDA CONTINUA BEM ATUAL!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

BANDEIRA CIGANA...EM MÁLAGA...





23.11.2011 - MÁLAGA
A BANDEIRA CIGANA FOI IÇADA NA CIDADE ESPANHOLA DE VELEZ, MÁLAGA POR MOTIVO DO DIA DOS CIGANOS ANDALUZES.                                                               
O prefeito de Vélez, Málaga, Francisco Delgado Bonilla, e a Conselheira de Serviços Sociais, Inmaculada Matamoros,levantaram a bandeira cigana na sede do município  velenho num ato que celebrou o Dia dos Gitanos Andaluzes.
O edil velenho  destacou que os costumes e as tradições do povo gitano estão unidos à cultura andaluz e assinalou a importância dos ciganos estarem completamente integrados na sociedade velenha. “Preocupamo-nos por sua formação e por sua integração real e efetiva. Ao içarmos esta bandeira queremos  demonstrar nosso compromisso com este povo e a única coisa que queremos é que também eles de sua parte,se comprometam a transformar todas estas iniciativas que desenvolvemos num grande modelo  de convivência”.O prefeito demonstrou  que tem reafirmado sua intenção de buscar una solução para os ciganos  catadores de lixo(chabolistas) da zona Del Vía, em Torre del Mar, “para tal encontrarão um Governo dialogante e tolerante, disposto a por fim a esta situação, para o que necessitamos também da aposta confiante e decidida  da Junta de Andaluzia.”

(Ayto. Vélez-Málaga)

EXTRAIDO:UNIÓN ROMANI.

domingo, 20 de novembro de 2011

ISTO É BRASIL?CADÊ OS DIREITOS HUMANOS?


CachoeiroCiganos são denunciados e Polícia Militar faz buscas em acampamento


18/11/2011 11:25 -- 29494 -- Muqui > Regional 
Por: Redação

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Vários ciganos foram surpreendidos por uma equipe de quase 20 policiais militares e um oficial de justiça na manhã desta sexta-feira (18) na cidade de Muqui. Eles atenderam uma determinação judicial a mando do juiz da comarca da cidade, Evandro Coelho de Lima. De acordo com o SGT da PM, Marcio Batista, que coordenou a operação, eles foram ao acampamento de ciganos, após a justiça acatar várias denúncias feitas ao Ministério Público de que no local havia armas, munições, drogas e vários veículos irregulares.
A operação teve início por volta das 06h, e todos os ciganos foram colocados em uma quadra poliesportiva para que o local fosse revistado. A operação envolveu policiais militares do município e de Cachoeiro de Itapemirim.
Apesar das denúncias, depois de três horas de operação nenhuma arma, drogas e munições foram encontradas, mas foi constatado um grande número de fios soltos em um poste, o que deixou claro que estava havendo furtos de energia elétrica. Foram aprendidos no local, uma moto Biz, um fusca e vários equipamentos eletrônicos. O líder do acampamento, Miguel Oliveira Sobrinho Mendes, de 65 anos, foi detido e encaminhado para a DPM de Muqui para prestar esclarecimentos dos fatos.
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

POESIA ...



Liberdade...(1)


(2)

ALMA CIGANA 


AH! MINHA ALMA ESTÁ CATIVA, PRISIONEIRA,
NUM CORPO QUE É GAIOLA...
QUE ME OPRIME, E ME CIRCUNDA...

ONDE, INUTILMENTE, CANTO E ME DEBATO,
NESTA ANGÚSTIA DE PÁSSARO FERIDO
A SONHAR COM CÉUS AZUIS
E A LIBERDADE!...

MINHA ALMA SONHA TANTO! E COMO CHORA!
A LEMBRAR MEU POVO, MEUS IRMÃOS, MEU MUNDO!
NUMA SAUDADE FORTE E ENTERNECIDA.

QUE NOSTÁLGICAS NOITES, SÃO AS MINHAS!
A OLHAR A LUA E SENTIR NO VENTO
MIL PERFUMES, MIL CHEIROS RELEMBRADOS.
A OUVIR VOZES E CANÇÕES, EM LINGUAGEM ESQUECIDA
QUE SOA AOS MEUS OUVIDOS DESLUMBRADOS!

AH!MEU POVO... QUE ALEGRIA E ORGULHO
MINHA ALMA INVADE,
QUANDO DIGO: CIGANA EU SOU!

E NAS VEIAS, EU SINTO O SANGUE QUE ME NUTRE
CORRER MAIS FORTE, E A TRANSBORDAR, DO PEITO,
O CORAÇÃO GITANO...

MINHA VOZ KALON SE UNE À NATUREZA
E CANTA, ENTÃO, TODA A BELEZA
QUE É VIVER, ASSIM, COMO CIGANA:
MESMO CHORANDO, EU RIO!
E, COMO PÁSSARO CATIVO NA GAIOLA
SIGO CANTANDO
PELA VIDA AFORA,
A SONHAR A MAGIA DE OUTRAS ERAS!...

Cezarina Macedo/2008.

(3)
(4)
Imagens do Google:Pinturas chinesas(2,3,4)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

NOMADISMO E LIBERDADE...










“Qualquer lugar aonde os ciganos chegam, sentem que ali é seu mundo, sua terra, sua pátria, até que se vão para outro lugar. Temos sempre presente o horizonte. O que nos impulsiona a andar é algo que brota do íntimo, do interior. É incontrolável.” (Juan González) Extraído do livro de Cristina Costa Pereira, OS CIGANOS AINDA ESTÃO NA ESTRADA-Editora Rocco/2009.

O nomadismo existe desde os primórdios da civilização, quando os homens caminhavam pela Terra em busca de locais onde havia melhores condições de sobrevivência. Este modo de vida perdurou por muitos milênios e o sedentarismo (fixação em um local definitivo) surgiu quando o homem tornou-se agricultor, apossando-se de terras e aprendendo a domesticar os animais.
A sedentarização trouxe com ela a linguagem escrita e a numeração, a manufatura de utensílios, ferramentas e a tecelagem. Entretanto, trouxe também o apego às coisas, a cobiça, as lutas pela posse da terra e dos bens, a guerra em defesa da propriedade. Instituiu a hegemonia do poder e do dinheiro.
Nas sociedades sedentárias irrompeu, desde o início, o receio, o medo do estrangeiro, a desconfiança em relação aos desconhecidos, a reclusão e o fechamento dentro de fortes muralhas de proteção. Criou-se o casamento para que se assegurasse a herança das propriedades dentro da parentagem consangüínea.
O nomadismo trouxe à humanidade a lição do desapego, da impermanência das coisas, da união dos indivíduos em prol da sobrevivência da tribo, da liberdade dos espaços abertos, do convívio respeitoso com a natureza e a percepção e observância de seus ciclos.Deu aos homens o gosto e o sentido de liberdade ao se locomover livremente pelo mundo, desconhecendo fronteiras e orientando suas rotas e destinos pela luz das estrelas e pela direção dos ventos.
Povo nômade, os ciganos, em especial, cruzaram a terra, disseminando sua cultura e agregando-lhe, em seu percurso, um pouco de todas as outras culturas.
As vivências das estradas, de novos caminhos a percorrer, de paisagens insólitas fizeram desabrochar fortemente, no povo cigano, a criatividade e a inteligência diante do imprevisto e das dificuldades a serem vencidas. As perseguições e o isolamento nos fizeram mais unidos e fortes diante dos obstáculos e dos perigos.
O silêncio dos campos e a escuridão das noites estreladas nos inspiraram a música, a poesia, os paraminches(contos) e, os dons divinatórios que nos aproximaram mais ainda de Deus e dos nossos antepassados, reforçando nossa fé.
Atualmente, o modo de vida nômade tornou-se apenas uma opção para poucos, devido aos benefícios advindos do sedentarismo e, às dificuldades que os ciganos encontram em se locomover livremente e acampar em lugares adequados nas cidades modernas. Muitas vezes também  , por não conseguirem obter documentos de identidade por não possuírem endereço fixo.
No entanto, o nomadismo,a liberdade de ir e vir, está dentro de nós, sedentários ou não... Faz parte de nossa essência. É aquela nostalgia de outras paisagens, que nos assoma a alma em certos momentos, é o desejo inquieto de novos horizontes, de espaços amplos onde possamos exercer a nossa liberdade de idéias e atitudes. É o anseio que faz nosso coração bater mais forte, nosso olhar se estender mais longe, nossos pés criarem asas, nossa emoção transformar-se em pura música. 
Nomadismo, descoberta e transmissão,portanto,se constituem na trama entrelaçada da condição humana ao longo dos tempos. Só descobre quem tem a coragem de mudar, de transpor fronteiras, de arriscar-se. Descobrir é, portanto mudar; é ir em direção ao novo com humildade, sem preconceito, sem medo, e poder transmitir ao outro o que foi aprendido, para que sobrevenham mudanças.
Que os ciganos, mesmo tendo se tornado sedentários cultivem as tradições de nosso povo; que mesmo tendo que levar uma vida “gadjê” pelas imposições da sociedade onde estamos inseridos, usufruam dos bens de consumo sem apegar-se a eles, adaptem-se aos hábitos modernos, mas  mantenham sempre acesa em sua alma, a chama da sua ciganidade, porque...

“Ser cigano é contemplar a vastidão do céu e sentir-se parte dele; olhar o horizonte da terra e sentir-se caminhando com ela em direção ao infinito.” (Antônio Guerreiro de Faria).

(EXTRAÍDO DE MEU ARTIGO,NA REVISTA ELETRÔNICA "JANELLÁ".)




domingo, 30 de outubro de 2011

VALÊNCIA SEDIA CONGRESSO INTERNACIONAL CIGANO ...

Valencia es la tierra de los pintores. Y de los pintores desposados con la luz”.


Valência é uma cidade mediterrânica pela luz, pelo clima e pelo modo de viver e sentir das suas gentes.É a terceira maior cidade da Espanha.
Catedral de Valência

Valência - Espanha
A alegria está no ar, na luz...






Ciudad de Las Artes e Ciencias...


VALÊNCIA HOSPEDA O III WORKSHOP INTERNACIONAL QUE  ABORDA A EXCLUSÃO DOS RHONS.



 A cidade de Valência, na Espanha, acolhe de 26 a 28 de outubro, o III SEMINÁRIO INTERNACIONAL CIGANO que reúne especialistas e representantes da comunidade cigana que
Chegaram de diferentes países da Europa e América e irão abordar as diferentes questões que mais importam e preocupam esse povo. A Conselheira Executiva de Assistência Social e de Integração,Marta Torrado,participou da inauguração deste evento que foi organizado pela Federação das Associações Ciganas Maranatha,com a cooperação da cidade de Valência. Na cerimônia de abertura,a conselheira salientou que a Câmara Municipal,que sempre manteve
uma estreita colaboração com os rons,desenvolveu diversos programas para a integração
e atenção individual para cada um de seus membros.Depois de ler um manifesto do Prefeito,que é a primeira autoridade municipal,a Conselheira disse “ Ser muito gratificante Valência ter sido  escolhida para sediar este fórum,que dá à cidade a possibilidade de abrir suas portas,mais uma vez,à solidariedade e à tarefa de contribuir para uma sociedade livre de barreiras discriminatórias e de exclusão social.”
Ela salientou que os ciganos contribuem com valores para a sociedade valenciana que merecem ser mantidos.
( El Periodic.com)
 Traduzido do Espanhol

Ciudad de las Artes e Ciencias

Valência - Espanha
Entre as festas mais agitadas, como são todas as da Comunidade Valenciana, as Fallas serão talvez as mais conhecidas.

LOCALIZAÇÃO DE VALÊNCIA NA ESPANHA

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ORQUESTRA DE JOVENS CIGANOS FARÁ SHOWS...


A jovem orquestra representa uma esperança para os ciganos pobres da Bulgária.
A jovem orquestra representa uma esperança para os ciganos pobres da Bulgária.
DR

CULTURA/EUROPA - 
Artigo publicado em 18 de Julho de 2011 - Atualizado em 18 de Julho de 2011


São quinze adolescentes de um bairro pobre da pequena cidade de Sliven, no leste da Bulgária, que formam o grupo "Ghetto Espoir" (Gueto Esperança, em tradução livre), nome do bairro miserável em que cresceram, em meio ao analfabetismo e a criminalidade.                    O nome não poderia ter sido melhor escolhido: Gueto Esperança. E esperança é certamente o sentimento que levou o maestro búlgaro Anguel Titchaliev, antigo trompetista militar, a reunir um grupo de jovens ciganos para livrá-los da marginalidade, através da música.                                                     "Karandila Junior", primeiro nome do grupo, foi formado em 2007, com filhos e netos de músicos ciganos do bairro paupérrimo de Nadejda (Esperança), que tem 20 mil habitantes.
Em janeiro deste ano, eles gravaram seu primeiro disco, Ghetto Esperança, que despertou o interesse de diversos produtores europeus interessados por suas apresentações. Os jovens músicos devem partir em excursão por diversos países do Velho Mundo.
O repertório da orquestra é formado por canções ciganas entremeadas de elementos do folclore búlgaro e turco, além de músicas de jazz e reggae. As rádios do país tocam seus sucessos o dia inteiro e os adolescentes subiram em um palco internacional pela primeira vez em 2009, no festival Balkan Fever, em Viena.


Primeira página

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

SOLICITAÇÃO PARA QUE AS NAÇÕES UNIDAS RECONHEÇAM A BANDEIRA CIGANA.






25.10.2011

O Conselho Cigano escreveu ao Secretário Geral das Nações Unidas, Ban-Ki-Moon e ao alto Comissário dos Direitos Humanos Navanethen Pillay,para solicitar-lhes que a bandeira cigana seja reconhecida oficialmente pelas Nações Unidas.

Embora os Rhons não tenham um estado próprio, possuem sua própria língua, cultura e bandeira. Durante a Segunda Guerra Mundial, morreram mais de 500.000 ciganos, como vítimas de um genocídio múltiplo; portanto,as Nações Unidas deveriam realizar este singelo ato de reconhecimento e respeito, que significaria una pequena ajuda e outorgaria um status às comunidades ciganas de todo o mundo.
O assunto sobre  este reconhecimento veio à luz devido aos recentes acontecimentos ocorridos no Reino Unido, quando a municipalidade de Aberystwyth, em Gales, votou recentemente pró hasteamento da  bandeira gitana entre as bandeiras das demais nações. Conforme se soube, nossa bandeira está sendo rechaçada, porque nós, gitanos, não temos um território, uma nação.
Os ciganos são a minoria mais numerosa da Europa e, somente porque não tenhamos nosso próprio país, não significa que nossa existência não deva ser reconhecida.
A bandeira cigana foi adotada em 1971, no Primeiro Congresso Cigano Mundial que aconteceu em Londres, organizado pelo Conselho Cigano (Gipsy Council) junto com outras organizações ciganas. 
(Joseph G. Jones; Porta voz Cigano do Conselho – Gipsy Council)

EXTRAÍDO DO SITE DA UNIÓN ROMANI.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

BAJAO...OS CIGANOS DO MAR




Outro dia li sobre os Bajao ou Moken,povos nômades que vivem no extremo sul das Filipinas,Tailândia e Mianmar, que segundo  a escritora Maria Helena Farelli são chamados de os ciganos do mar.Eles vivem em casas-palafitas na orla marinha ou em barcos-casa e andam de ilha em ilha,vendendo frutos do mar.São pacíficos , alegres mas extremamente pobres.São morenos,vestem roupas muito coloridas e enfeitam-se com jóias feitas de medalhas, conchas e corais. As mulheres usam véus e turbantes e estão sempre sorridentes; apresentam traços orientais e seus cabelos longos são sedosos e negros. Habitualmente estabelecem-se em terra firme no período das monções (chuvas torrenciais que duram meses), e nessa época vivem de artesanato, do comércio e da caça. Professam um paganismo xamânico com influência indiana, supersticiosos acreditam em espíritos do mal, são feiticeiros, adoram Kali e a Lua.
Gostam muito de cantar e em suas cantigas há resquícios do Romani, segundo o pesquisador J.Peterlongo, escritor cigano.
Esses ciganos do mar viajam de ilha em ilha sem se fixar em nenhuma; até porque não gostam de lutas nem discussão por posse de terras. Já sofreram discriminação em certos momentos de sua história e foram expulsos. Atualmente alguns já se sedentarizaram. São gentis e amáveis com todos. Em vez de carroças usam barcos, os “lipas” e guiam-se por um calendário lunar, pois as fases da Lua é que determinam as marés.As crianças antes de saber andar aprendem a nadar.Em vez de estradas de terra percorrem as estradas líquidas do mar...


( EXTRAÍDO :DO MEU ARTIGO / Revista JANELLÁ)


OS DESCONHECIDOS CIGANOS YENISHES...




Yeniches



Yeniches empobrecidos na Suíça, 1890
Yeniches, ieniches ou viajantes alemães são a terceira maior etnia nômade da Europa. Vivem, em sua maioria, na Bélgica,AlemanhaÁustria,Países BaixosSuíça e partes da França. São um dos povos mais esparsamente distribuídos na Europa Ocidental, embora estejam vagamente concentrados na Renânia, e são caracterizadamente urbanos.

História

Quase nada se sabe sobre as origens da etnia yeniche. Há uma teoria de que seriam herdeiros de pessoas que perderam as terras por conseqüência das leis da Liga Hanseática Os yeniches afirmam ser descendentes dos celtas.

Cultura

Yeniches registrados em gravura doséculo XV


Língua 

Os yeniches falam seu próprio idioma, também chamado yeniche. É uma língua mista, com influência de romaniiídiche,rotwelsch e diversos dialetos de alemão

Perseguição suíça

Como ocorreu com diversas etnias nômades da Europa, como os judeus e romanis, os yeniches sofreram perseguição, especialmente na Suíça.
A sanha da Suíça contra os yenishes (assim chamam os ciganos no país de Heidi) foi mais discreta. Durante cerca de meio século (desde 1926), com a ajuda da polícia e do clero, a Obra de Assistência às Crianças da Estrada, da muito respeitável Fundação Pró-Juventude, arrancou a mais de 600 crianças ciganas de suas famílias.
Até 1970, o governo suíço tinha uma política semi-oficial de sistematicamente declarar pais yeniches como deficientes mentais, de modo a tomar seus filhos e dá-los à adoção por famílias suíças "normais" Esse programa, cujo propósito era eliminar a cultura yeniche, era chamado "Kinder der Landstrasse" (Crianças das estradas do país). Cerca de quinhentos e noventa crianças foram retiradas de seus pais e internadas em orfanatosmanicômios e até mesmo prisões.


O doutor Alfred Siegfried (1890-1972), diretor e fundador da obra, foi um psicopata ferozmente decidido a vencer o mal do nomadismo. Num informe sobre suas atividades (1964), Siegfred afirmou que "...o nomadismo, como algumas doenças perigosas, é transmitido principalmente pelas mulheres... todos os ciganos são maus, mentem, roubam...".

O financiamento oficial se manteve até 1967, e em 1973 a obra se dissolveu. Mas, de acordo com uma lei de 1987, tudo que é relativo a seus experimentos médicos com crianças ciganas poderá ser revisado dentro de... cem anos. Em 1996, a Confederação Helvética reconheceu sua responsabilidade moral, política e financeira a respeito da Pró-Juventude, encarregada de proteger as crianças ameaçadas de abandono e vagabundagem.
Atualmente, vivem na Suíça cerca de trinta e cinco mil jeniches, especialmente concentrados à região de Graubünden. Apenas cinco mil deles ainda mantêm seu estilo de vida nômade tradicional.

(WIKIPÉDIA)
PAISAGENS DA SUÍÇA
IMAGENS DO GOOGLE.