SANTA SARA NOS ABENÇÔE!

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

LEMBRAMOS EM JANEIRO O HOLOCAUSTO CIGANO!


Cinzas do Holocausto
Oriza Martins
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me, Vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!”
(
Castro Alves - Navio Negreiro)
Banalidade do mal,
Um retrocesso, imoral,
Pensou a Poeta, um dia…
E veio à tona o temor
De, ante tanto desamor,
Não haver mais poesia.
Como pensar poesia
(Que a luz humana irradia),
Diante de tal horror?
Tormento que assola a gente,
Que torna o ser impotente,
Perplexo, puro estupor?
Como entender tanta injúria,
Tanta atividade espúria,
Maldosa, feroz, insana?…
A revelação mais dura
Da face mais obscura
Da natureza humana…
Quantas ilusões perdidas,
Infâncias interrompidas,
Esperanças decepadas…
Quantas lúbricas medidas
Transformando sobrevidas
Em almas atormentadas…
Infelizmente herdamos
Todos nós, que aqui estamos,
Esse espólio de maldade.
Como vítimas de um Fausto
Sobre as cinzas do Holocausto,
Caminha a Humanidade.
Mas podemos, conscientes,
Eliminar as sementes
Que a intolerância traz.
Acabar com toda guerra,
E reinventar a Terra,
Dar-lhe um futuro de paz…
Semear fraternidade,
Colher só felicidade
E combater toda dor…
Abrir coração e mente,
Batalhando, simplesmente,
Nas trincheiras do amor…
Defender a liberdade
Não deve ser, em verdade,
Mera preocupação.
Combater a injustiça
Tem de ser uma premissa,
Verdadeira obsessão.
O inferno do Holocausto,
Algoz, fruto da infâmia,
Não pode ser repetido!
E justamente por isso
Não pode – e não deve – ser
Nunca, jamais, esquecido!

fev/2007






Porrhajmos...carne dilacerada





 Nenhuma experiência passada pode ser comparada, em horror e desumanidade, àquela que o povo cigano  viveu na Europa, durante os tempos sombrios do Nazismo, como se lê no texto abaixo, de Myriam Novitch, diretora do Museu dos Combatentes dos Guetos, fundado por um grupo de sobreviventes do Gueto de Varsóvia: 







"Em novembro de 1941 lançou-se o slogan: Depois dos judeus, os ciganos!
A 24 de dezembro de 1941, o governador civil Lohse envia uma ordem reservada a todas as SS, afirmando que os ciganos são duplamente perigosos, tanto pelas doenças de que são portadores como pela sua deficiência, prejudicando assim a causa nazista. Ao termo do comunicado, a decisão: Decidi portanto que sejam tratados como os judeus (Carta de 7 de julho de 1942, no arquivo Yivo).
Em outubro de 1941, chegaram a Lodz cinco mil ciganos, entre os quais mais de 2.600 crianças. Foram todos internados por grupos de famílias. Os testemunhos nos dizem que as janelas das barracas estavam quebradas, enquanto o inverno era extremamente duro. No campo não havia medidas higiênicas nem assistência médica. Duas semanas depois da chegada dos nômades, irrompeu uma epidemia de tifo, e em dois meses morreram mais de 6oo adultos e crianças. Os sobreviventes entre março e abril de 1942, foram deportados para Chelmo, e ali assassinados nas câmaras de gás.
Desde então até 1946 se multiplicam os testemunhos: massacres coletivos, mortes individuais, tortura de todo o tipo, experimentos químicos e médicos dos mais cruéis. E todas essas crueldades ocorriam nos diversos campos de concentração. Eis os nomes de alguns desses campos: Auschwitz, Birkenau, Mauthausen, Rabensbruch, Buchenwald, Chelmo, Lodz, Dachau, Lackenbach, Sachsenhausen.
Ao campo de Auschwitz chegavam ciganos de toda a parte. Homens, mulheres e crianças, sendo que estas últimas vinham da Boêmia, dos Carpatos, da Croácia, do Nordeste da França, da Polônia meridional e da Rutênia. Bárbara Richter, menina cigana, assim depõe: Até os prisioneiros mais afeitos a esses horrores sentiram enorme tristeza quando perceberam que os SS iam tirar um por um os pequenos judeus e ciganos, reunindo-os em um só rebanho. Os meninos choravam e gritavam, tentavam freneticamente voltar para os braços dos pais ou dos protetores que tinham encontrado entre os prisioneiros, mas envolvidos por um círculo de fuzis e metralhadoras, foram levados para fora do campo e enviado para Auschwitz, onde morreriam nas câmaras de gás.
No campo de concentração nem todos eram enviados à câmara de gás, muitos iam para os trabalhos forçados. No campo estas eram as condições:No setor cigano erguiam-se grandes cabanas com uma abertura à frente e outra atrás. Serviam como portas. Nos compartimentos internos achavam lugar a uma única mesa grande cinco ou seis pessoas. As condições higiênicas eram desastrosas quase não havia instalações sanitárias... Parecia um estábulo para cavalos, sem janelas... Os prisioneiros se moviam em meio a seus próprios dejetos até os calcanhares.
Respondendo a uma observação, por insuficiência de calorias, um oficial comentou: Mas no fundo são apenas ciganos!  Quem mais sofria eram as crianças... Como depôs alguém: As crianças eram pele e ossos. A pele, em conseqüência, se enchia de feridas infecciosas. Por causa da falta d'água, as crianças chegaram a beber água servida; nas poucas vezes em que os cobertores eram lavados, vinham de volta para a enfermaria ainda molhados. Elas sofriam de estomatite cancrenosa... parecia lepra...seus corpinhos iam se desfazendo, bocas espantosas se abriam nas faces, e lá dentro se podia observar a lenta putrefação da carne viva.
Só no campo de Aushwitz, os ciganos regularmente matriculados foram 20.933, incluindo 360 crianças nascidas no campo de concentração, e que viveram o bastante para receberem número de matrícula. A estes se devem somar mais de 1.700 ciganos mandados para a câmara de gás, assim que chegaram da Polônia em março de 1943, e que nem tinham recebido ainda o número de matrícula. Durante uma simulação de ataque aéreo noturno, foram todos mandados à câmara de gás, por suspeita de serem portadores de tifo."




IMAGENS DO GOOGLE.

2 comentários:

www.amsk.org.br disse...

Nunca esquecer, sempre lutar para que a memória não seja nunca mais a espada e sim o trigo a semear paz entre os homens.

amam

zerafim - contos de um anjo disse...

“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me, Vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!”
(Castro Alves - Navio Negreiro)

calo-me,

zerafim